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04/04/2019

Fusões e aquisições devem crescer 15% em 2019, diz PwC

Mercado em alta

A definição do cenário político e a perspectiva de retomada da economia deve acelerar o número de fusões e aquisições de empresas no Brasil em 2019, segundo a consultoria PwC Brasil, que projeta um crescimento de 15% das operações neste ano com a postura mais liberal demonstrada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro e dos novos  governadores.

A expectativa destoa do registrado ao fim de 2018, quando as incertezas provocadas pelas eleições presidenciais fizeram muitas empresas e investidores adotarem uma postura cautelosa, segurando potenciais investimentos. Levantamento feito pela PwC a partir de transações divulgadas na imprensa, obtido com exclusividade pelo Valor, revela que no ano anterior ocorreram 658 fusões e aquisições, um crescimento de 2% ante o volume registrado em 2017.

O resultado representa o segundo ano seguido de aumento na quantidade de operações, mas permanece abaixo da média de 793 registrada entre 2010 e 2015. Ele também ficou aquém das expectativas que Rogério Gollo, sócio da PwC Brasil eum dos autores do levantamento, tinha no começo de 2018, de crescimento de 10% na quantidade de fusões e aquisições. "As incertezas políticas, com dois candidatos muito diferentes disputando a eleição presidencial, prejudicou os números", afirma.

Os investidores nacionais responderam por 389 das aquisições e compras minoritárias no ano passado, o equivalente a 63% das transações anunciadas. As compras feitas por brasileiros cresceram 11% em relação a 2017, enquanto as realizadas por estrangeiros recuaram 8%, para 231. Gollo atribui à situação eleitoral a responsabilidade para estes resultados. "Como o investidor nacional conhece a volatilidade brasileira, ele aproveitou o bom cenário de 2018, de crescimento econômico e custo de capital mais barato, para fazer aquisições", afirma. "Já o estrangeiro buscou estabilidade." A perspectiva de redução da presença estatal e de regulações consideradas pró-mercado deve estimular a retomada de fusões e aquisições, com a maior presença de grupos estrangeiros.

Gollo afirma que a PwC recebe consultas de investidores internacionais desde o fim das eleições, que buscam informações sobre o cenário político-econômico do Brasil para os próximos quatro anos. O sócio da PwC alerta que a manutenção do cenário positivo para fusões e aquisições ao longo do ano depende da continuidade da redução dos gastos, principalmente  a aprovação da reforma da Previdência. "O otimismo com o Brasil já existe, e deve acelerar fortemente se passar a reforma da Previdência", diz o sócio da PwC Brasil. "A principal questão para os investidores é o controle do déficit público. Se a reforma acontecer, podemos ver uma aceleração das compras."

 

Fonte: Valor Econômico

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